sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Em círculos.

A cada mergulho que eu dou em minhas memórias, a cada segundo que prendo a respiração olhando pro passado, vejo que não há um caminho seguro pra onde eu quero ir. As margens deste rio estão muito distantes, e eu já perdi o controle sobre o meu corpo, agora a correnteza me arrasta para onde ela quer, nadar para sobreviver não é mais uma opção, tudo o que resta agora é torcer! Torcer para que um bote apareça pra me salvar, ou que eu não sofra por tempo demais até o fim desta jornada.

Mais um dia amanheceu e o bote que eu esperava não apareceu, o fim que eu esperava também não aconteceu, acordar naquele lugar esquecido por deus, e com feridas por todo o corpo não era o que eu esperava, as vezes acho que seria melhor ter afogado.

O pouco de energia que me restava, usei pra procurar abrigo em algum lugar perdido na floresta, só encontrei velhas cabanas abandonadas, e que nada serviam a não ser pra me proteger da chuva e do sol intenso, minhas feridas continuavam a sangrar, algumas infeccionadas( A dor é insuportável por que não me afoguei!). Ouvi por alguns instantes vozes gritando por meu nome, ao longe tão distante que nem sei ao certo se chamavam meu nome realmente.

Algumas horas andando e acabei de cara com o maldito rio novamente, como em um convite ele me chamava para me afogar em minhas lembranças novamente, me sufocar com meus arrependimentos.

Não importa o quanto eu ande, não importa a direção, em algum momento você volta a minha cabeça e como se nunca tivesse saído, confunde o meu caminho e me sufoca no rio de minhas lembranças.


[Minha Autoria]

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores